Archive for novembro, 2008

14 corretoras indicam as melhores ações para tempos de crise

Fonte: Portal Exame

investir-acoesApós a crise financeira nos Estados Unidos ter se tornado muito maior que o imaginado e se espalhado principalmente na Europa, as principais corretoras brasileiras aumentaram suas apostas em ações conservadoras. As carteiras de ações indicadas para outubro foram direcionadas principalmente para empresas que apresentam boa geração de caixa, pagam altos dividendos e têm sua receita voltada para o mercado interno.

Assim, as elétricas se transformaram em xodó dos analistas e conquistaram espaço em quase todas as carteiras sugeridas para outubro (veja na tabela abaixo). Conhecidas como boas pagadoras de dividendos, as companhias do setor contam com uma base segura de clientes e devem ter seus lucros impulsionados pela alta da inflação, já que suas tarifas são reajustadas pelos índices de preços.

Em contrapartida, as ações de empresas que são muito dependentes de empréstimos para crescer entraram na lista negra das corretoras. Com a redução no volume de crédito disponível no mercado, as companhias terão mais dificuldade para financiar seus projetos, além de ter de pagar mais caro pelo dinheiro. Tenda e Company, que foram vendidas às pressas para Gafisa e Brascan, respectivamente, mostraram o quão delicada é a situação. Os papéis do setor foram banidos das recomendações das corretoras.

Mas não são apenas as construtoras que preocupam. Há menos de uma semana, a Sadia surpreendeu o mercado ao anunciar perdas de 760 milhões de reais – valor equivalente a um ano de trabalho – no mercado futuro de câmbio. O prejuízo fez com que HSBC e Intra retirassem as ações da empresa de suas carteiras sugeridas. A Aracruz também informou que com o câmbio, o que levou investidores e analistas a se questionarem quantas outras empresas podem estar na mesma situação. “Contatamos todas as empresas do nosso universo de cobertura. Todas nos informaram que realizam operações de hedge (proteção) que visam apenas suas operações. A conferir. Fique de olho também nos guidances (metas estabelecidas pelas próprias empresas). Lembro que, no atual ambiente financeiro, redução de crescimento e investimento não devem ser notícia ruim”, diz a analista Lika Takahashi, da Fator, em seu relatório.

Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, no Brasil, o setor financeiro vai bem, mas sofre os refletos da crise. As instituições não operam com hipotecas de alto risco (subprime) e, segundo analistas, apresentam sólidos fundamentos. No entanto, o descontrole no exterior deve continuar inibindo a procura pelos papéis do setor. Além disso, o aumento nos custos de captação devem representar uma redução nas margens de lucros. No longo prazo, entretanto, os analistas apostam no potencial do setor em oferecer altos retornos aos investidores. “Apesar da nossa visão cautelosa para o setor no curto prazo, acreditamos que  Bradesco e Redecard devem ser capazes de superar (o mau momento) devido aos seus sólidos fundamentos”, destaca o Unibanco.

Outras dez instituições também incluem as ações de Bradesco e Redecard entre as melhores do setor e, com exceção da XP Investimentos, todas as demais recomendam aos investidores aplicar em ao menos uma empresa do setor.

Já o segmento de siderurgia diverge os analistas. Enquanto o HSBC, estima que as empresas serão beneficiadas no curto prazo pela forte demanda por aço no mercado nacional, a Fator classifica o setor como um dos mais vulneráveis à crise, devido às poucas chances de recuperação dos preços das commodities nos próximos meses. Neste mês, cinco corretoras retiraram ações das empresas do setor de seu portfólio, sendo que as da CSN foram excluídas de quatro das 14 carteiras.

Mesmo diante de tantas dúvidas quanto ao futuro do mercado acionário, os especialistas ainda recomendam os investimentos em ações para quem tem objetivos de longo prazo. “Se você é um investidor que não está preocupado em acertar o momento do mercado, mas sim o valor do negócio, este pode ser um bom momento de ir às compras de bons ativos. Isso não quer dizer que as bolsas não cairão mais, pois esta crise tem se provado mais devastadora que o imaginado e a volatilidade continuará elevada, mas que o retorno de seu investimento poderá ser alto no longo prazo”, diz Lika.

Veja abaixo as ações recomendadas por 14 corretoras.

Ativa
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$) (1) Potencial de alta (%)
Weg WEGE3 Não informado 14,19
Lojas Americanas LAME4 Não informado 8,35
Transmissão Paulista TRPL4 Não informado 49,79
AES Tietê GETI4 Não informado 15,40
Bradesco BBDC4 Não informado 30,94
Banco do Brasil BBAS3 Não informado 22,75
Bradespar BRAP4 Não informado 26,70
Vale do Rio Doce VALE5 Não informado 32,71
Petrobras PETR4 Não informado 35,10
Usiminas USIM5 Não informado 40,51
Tegma TGMA3 Não informado 10,18
Alterações
Entra: AES Tietê
Saem: CSN, Cesp
Alpes
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Petrobras PETR4 46,80 35,10 33,33
Bradespar BRAP4 42,50 26,70 59,18
Bradesco BBDC4 38,00 30,94 22,82
Itaúsa ITSA4 12,00 9,52 26,05
Usiminas USIM5 75,00 40,51 85,14
Alterações
Não houve
Corretora Geral
Empresa Ação Preço-alvo (R$) (2) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Petrobras PETR4 60,00 35,10 70,94
Vale do Rio Doce VALE5 58,00 32,71 77,32
Bradesco BBDC4 54,00 30,94 74,53
Gerdau Metalúrgica GOAU4 70,00 29,70 135,69
CPFL Energia CPFE3 48,00 35,50 35,21
Tractebel TBLE3 30,00 20,70 44,93
Usiminas USIM5 90,00 40,51 122,17
Souza Cruz CRUZ3 61,00 45,49 34,10
Itaúsa ITSA4 15,57 9,52 63,55
Alterações
Entra: Tractebel
Saem: VCP, Lojas Renner
Fator
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Petrobras PETR4 50,00 35,10 42,45
Vale do Rio Doce VALE5 Em revisão 32,71
Eletrobrás ELET3 40,00 28,30 41,34
Telesp TLPP4 73,16 44,69 63,71
Redecard RDCD3 35,47 24,88 42,56
Ambev AMBV4 192,91 105,00 83,72
Itaúsa ITSA4 Em revisão 9,52
B2W BTOW3 122,62 45,94 166,91
ALL ALLL11 33,00 13,00 153,85
Weg WEGW3 25,78 14,19 81,68
Net NETC4 26,40 16,23 62,66
Ultrapar UGPA4 90,00 50,49 78,25
Telemar TNLP3 84,97 39,00 117,87
Banco do Brasil BBAS3 Em revisão 22,75
Alterações
Entram: Redecard, Eletrobrás (ELET3)
Saem: CCR Rodovias, Eletrobrás (ELET6)
HSBC
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
ALL ALLL11 Não informado 13,00
Vale do Rio Doce VALE5 Não informado 32,71
Energias do Brasil ENBR3 Não informado 23,82
AES Tietê GETI4 Não informado 15,40
Usiminas USIM5 Não informado 40,51
Petrobras PETR4 Não informado 35,10
Perdigão PRGA3 Não informado 36,40
Itaú ITAU4 Não informado 31,90
Alterações
Entram: Perdigão, AES Tietê
Sai: Sadia
Intra
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Souza Cruz CRUZ3 Não informado 45,49
Itaúsa ITSA4 Não informado 9,52
Petrobras PETR4 Não informado 35,10
Vale do Rio Doce VALE5 Não informado 32,71
Eletrobrás ELET6 Não informado 24,05
Bradesco BBDC4 Não informado 30,94
Gerdau GGBR4 Não informado 21,21
Natura NATU3 Não informado 18,50
Confab CNFB4 Não informado 5,29
Nossa Caixa BNCA3 Não informado 39,90
Randon RAPT4 Não informado 10,76
Transmissão Paulista TRPL4 Não informado 49,79
Alterações
Entram: Eletrobrás, Natura, Nossa Caixa
Saem: Sadia, CSN, Copel
Link
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Ambev AMBV4 175,00 105,00 66,67
AES Tietê GETI4 21,25 15,40 37,99
Bradesco BBDC4 47,00 30,94 51,91
CCR Rodovias CCRO3 42,00 25,00 68,00
Cemig CMIG4 50,00 37,60 32,98
CPFL Energia CPFE3 46,00 35,50 29,58
Itaúsa ITSA4 16,50 9,52 73,32
Transmissão Paulista TRPL4 61,00 49,79 22,51
Vale do Rio Doce VALE5 74,00 32,71 126,23
Alterações
Entram: Ambev, Bradesco, Transmissão Paulista
Saem: ALL, B2W, CSN, M. Dias Branco, Lopes, Aracruz, Totvs
Planner
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Bradesco BBDC4 55,00 30,94 77,76
Vale do Rio Doce VALE5 68,27 32,71 108,71
CSN CSNA3 75,50 40,75 85,28
Cemig CMIG4 45,48 37,60 20,96
Petrobras PETR4 48,60 35,10 38,46
Brasil Telecom BRTO4 24,77 15,74 57,37
CPFL Energia CPFE3 51,00 35,50 43,66
Redecard RDCD3 45,50 24,88 82,88
Transmissão Paulista TRPL4 54,00 49,79 8,46
Perdigão PRGA3 65,53 36,40 80,03
Alterações
Entra: Cemig
Sai: Gerdau
Prosper
Empresa Ação Preço-alvo (R$) (3) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Itaú ITAU4 52,00 31,90 63,01
Petrobras PETR4 61,00 35,10 73,79
Gerdau GGBR3 36,50 18,15 101,10
Confab CNFB4 8,60 5,29 62,57
Cesp CESP6 42,00 16,50 154,55
Alterações
Não houve
SLW
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Vale do Rio Doce VALE5 75,70 32,71 131,43
Bradesco BBDC4 54,00 30,94 74,53
Banco do Brasil BBAS3 31,00 22,75 36,26
Eletrobrás ELET3 47,56 28,30 68,06
Cemig CMIG4 48,00 37,60 27,66
Pão de Açúcar PCAR4 40,00 33,00 21,21
Lojas Renner LREN3 Em revisão 23,50
Perdigão PRGA3 59,00 36,40 62,09
Usiminas USIM5 102,74 40,51 153,62
Gerdau GGBR4 59,00 21,21 178,17
Petrobras PETR4 60,00 35,10 70,94
Confab CNFB4 7,80 5,29 47,45
Randon RAPT4 23,00 10,76 113,75
Coelce COCE5 32,00 18,50 72,97
Copasa CSMG3 35,00 20,00 75,00
Alterações
Entram: Banco do Brasil, Perdigão
Saem: CSN, Unibanco, Embraer, Brasil Telecom, Embraer, Localiza
Souza Barros
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Randon RAPT4 23,50 10,76 118,40
Cremer CREM3 21,20 10,20 107,84
Transmissão Paulista TRPL4 60,00 49,79 20,51
GVT GVTT3 48,50 28,79 68,46
Petrobras PETR4 54,50 35,10 55,27
Vale do Rio Doce VALE5 67,90 32,71 107,58
CCR Rodovias CCRO3 39,70 25,00 58,80
Gerdau GGBR4 45,90 21,21 116,41
Bradesco BBDC4 54,00 30,94 74,53
Alterações
Entram: Transmissão Paulista
Saem: BR Malls, Drogasil
Spinelli
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Bradesco BBDC4 50,00 30,94 61,60
Banco do Brasil BBAS3 40,00 22,75 75,82
Itaú ITAU4 47,00 31,90 47,34
Eletrobrás ELET3 44,00 28,30 55,48
VCP VCPA4 45,00 28,80 56,25
Petrobras PETR4 60,00 35,10 70,94
Vale do Rio Doce VALE5 60,00 32,71 83,43
CSN CSNA3 80,00 40,75 96,32
Usiminas USIM5 70,00 40,51 72,80
Gerdau Metalúrgica GOAU4 55,00 29,70 85,19
Alterações
Não houve
Unibanco
Empresa Ação Preço-alvo (R$) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Bradesco BBDC4 48,39 30,94 56,40
Redecard RDCD3 42,70 24,88 71,62
Marfirg (5) MRFG3 30,00 17,59 70,55
Pão de Açúcar (5) PCAR4 54,50 33,00 65,15
Ultrapar UGPA4 92,00 50,49 82,21
Petrobras PETR4 52,50 35,10 49,57
CSN CSNA3 89,00 40,75 118,40
Bradespar BRAP4 Em revisão 26,70
Suzano Papel SUZB5 68,00 16,25 318,46
Net (5) NETC4 38,00 16,23 134,13
Copel CPLE6 44,00 26,40 66,67
Tractebel TBLE3 34,10 20,70 64,73
Weg (5) WEGW3 26,50 14,19 86,75
Estácio (5) ESTC3 31,10 14,30 117,48
Alterações
Entram: Redecard, Tractebel, Weg, Suzano, Estácio
Saem: Eletropaulo, VCP, Confab, PDG Realt, Duratex, Dasa
XP Investimentos
Empresa Ação Preço-alvo (R$) (4) Preço atual (R$)(1) Potencial de alta (%)
Gerdau Metalúrgica GOAU4 53,00 29,70 78,45
Vale do Rio Doce VALE5 68,00 32,71 107,89
Ultrapar UGPA4 80,00 50,49 58,45
Randon RAPT4 20,00 10,76 85,87
Lojas Renner LREN3 40,60 23,50 72,77
Alterações
Não houve
(1) Cotação de fechamento de 30 de setembro
(2) Preço-alvo para 12 meses
(3) Preço-alvo para junho de 2009
(4) Preço-alvo para julho de 2009
(5) Preço-alvo para dezembro de 2009
Fontes: corretoras

novembro 28, 2008 at 6:01 pm Deixe um comentário

Os trancos e barrancos da Bolsa de Valores

Ana Borges

Excesso de ofertas públicas, promessas não cumpridas, crise internacional e desaceleração econômica. Motivos não faltam para justificar as fortes perdas das ações mais novas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Crise no setor imobiliário

Crise no setor imobiliário

No entanto, quando o assunto é perda, o setor imobiliário é destaque. Com as fortes quedas, o investidor individual que entrou na crença de que sairia ganhando em mais uma OPA (Oferta Pública de Ações) nada mais pôde fazer do que vender e realizar o prejuízo.

Segundo os dados da pesquisa realizada pelo Monitor Mercantil, dos 251.333 investidores pessoa física que ingressaram nas ofertas públicas de ações (OPAs) das companhias que abriram o capital, apenas 52.925 continuam em posse dos papéis. São quase 200 mil investidores a menos, em cerca de dois anos.

Excesso de aberturas
Muitos no mercado argumentam que não pode haver outro culpado senão o investidor, que não leu os prospectos e na ânsia de ganhar mais comprou qualquer ação sem avaliar os riscos. Mas, na realidade não faltam culpados para a sangria das OPAs do setor de construção civil.

“Houve o problema de excesso de aberturas de capital. Não estávamos preparados para este cenário de excesso de euforia. As empresas se adaptaram em um espaço muito curto de tempo e apresentavam problemas de governança”, conta professor Alexandre Di Miceli, coordenador executivo do Centro de Estudo em Governança Corporativa (CEG) da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).

Com o crescimento do número de ofertas, o investidor também se tornou menos seletivo e daí que deriva sua parcela de culpa. “Muitos que investiram em ações nem sabiam o que estavam comprando. Não fizeram uma avaliação mais aprofundada do risco. Numa situação de crise, os riscos dessas empresas aumentam”, ressalta Di Miceli.

Risco no prospecto
O sócio da Nova Financial, Eduardo Barros, vai mais além. “As empresas escreveram seus prospectos de acordo com as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As informações estavam à disposição e não se pode culpar a empresa”, defende. Ele acrescenta que nos prospectos as empresas já declaravam a intenção de comprar terrenos. “O risco estava no prospecto. No mercado acionário, o investidor está sujeito ao risco e à crise financeira. O investidor deve pensar no longo prazo na hora de aplicar o dinheiro. É preciso ter a informação”, complementa.

Outro lado
Se o investidor tem sua parcela de culpa, o sistema como um todo tem uma responsabilidade muito maior quando o assunto são perdas nas ofertas públicas. Di Miceli, que tem realizado estudos sobre o assunto, define a situação: “a culpa é coletiva”. Mesmo que um investidor tivesse todo o interesse e estudasse os prospectos de capa a capa, poderia embarcar em um investimento falho. Além de problemas de governança, uma crise financeira totalmente inesperada, há outro problema: a responsabilidade das instituições financeiras que foram responsáveis pela oferta.

Nos prospectos, as empresas falavam dos cenários e projeções de investimento. Apesar de haver uma parte do documento que aborda os riscos, não fica claro o quanto aquele cenário é factível. Ao mesmo tempo, houve uma forte pressão das instituições financeiras para a abertura de capital. O movimento chegou a ponto de o Credit Suisse decidir dar crédito para que empresas como Agrenco crescessem e, logo em seguida, buscassem o mercado de capitais.

O problema é que, nestes casos o próprio Credit era o coordenador da emissão de ações. “Ocorreram diversos casos em que havia conflitos de interesses”, lembra o professor. Como o banco que está coordenando a oferta vai definir o preço justo da empresa, se tem ações ou dívidas desta companhia?

Papel do analista
Outro caso de conflito de interesses está relacionado às análises. Enquanto os analistas deveriam ser imparciais ao avaliar uma empresa pós-OPA, muitas vezes, acabavam esbarrando em limitações. No mesmo caso da Agrenco, o único analista que cobria a empresa em seu dia-a-dia era do Credit Suisse. Quando a empresa passou a apresentar problemas o especialista ainda mantinha a recomendação de compra. Resultado: as ações “viraram pó”.

Faltou também a possibilidade de que especialistas pudessem traduzir os prospectos para os clientes. Com a Lei do Silêncio, a CVM não permitia que nenhum analista das corretoras participantes da oferta pudesse falar sobre a empresa durante a colocação dos papéis ou emitir um relatório. “A Lei do Silêncio está sendo discutida e deve ser revista pela CVM”, lembra o professor da Fipecafi.

Pressa
“Os bancos buscavam as empresas para aproveitar a janela de oportunidade. Mas é preciso saber que a adaptação de uma estrutura familiar para uma companhia aberta demora. Os processos foram apressados”, diz Di Miceli. Diante da rapidez muitas deixaram falhas nas análises a respeito das políticas de gestão de risco e governança.

A visão era de que para entrar no mercado era apenas mostrar que cumpria as regras do Novo Mercado. “Ao invés de passarem por mudanças profundas, abrir capital virou um checklist do Novo Mercado. Assim, muitas empresas se mostraram frágeis e arriscadas. É natural que as ações tenham caído. Em alguns casos o CEO se confundia com a figura do diretor financeiro e RI. Também ocorreram problemas com partes relacionadas”, resume Di Miceli.

Além disso, a maior parte das companhias do setor de construção civil projetou taxas de crescimento bem acima do factível. Os planos eram e crescer rapidamente. Mas não houve estudos sobre a viabilidade deste crescimento e sustentabilidade. “As previsões eram otimistas demais, para não dizer frágeis”, destaca.

Mau exemplo
A experiência negativa de um é transmitida para o maior número possível de investidores. A fragilidade e as perdas causadas pelas novas companhias tendem a prejudicar novas captações futuras no mercado. “Problemas como esses passam uma mensagem negativa para o investidor e podem acabar inviabilizando que outras empresas boas ingressem no mercado”, ressalta o professor. Ele lembra que a tendência é de uma maior rigidez das regras de forma a retomar a confiança do investidor nas ofertas públicas e impedir um novo “trauma no mercado”

novembro 26, 2008 at 6:01 pm Deixe um comentário

Ação de Graças: Mercado de ações se recupera na semana

Resumo de notícias positivas da semana:

Segunda-feira: Bovespa fecha em forte alta de 9,4%, seguindo tendência otimista

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou esta segunda-feira (24) em forte alta de 9,4%, a 34.188 pontos. A valorização do Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, ganhou impulso após o governo dos Estados Unidos anunciar o resgate do Citigroup. Na sexta (21), os negócios haviam despencado 6,5%. Entre as ações que mais expandiam no fechamento do pregão, estavam Unibanco (16,29%), Sid Nacional (16,25%), Itaubanco (15,8%), All Amer Lat (15,69%) e Vale R Doce (14,51%). As que registravam queda eram Braskem (-3,38%), Eletropaulo (-2,54%), Comgas (-2,04%), Ambev (-1,77%) e Eletrobrás (-0,42%).

Mais boas novas

Sadia sobe 15%, na maior alta do ibovespa

No último dia 11, o presidente da Nestlé, Ivan Zurita, afirmou durante evento que a companhia anunciará uma nova aquisição até o fim do ano. Segundo ele, as negociações teriam começado antes da crise financeira. A Sadia, por meio de sua assessoria de imprensa, negou que a companhia esteja à venda, acrescentando que não comenta boatos de mercado. As ações da Perdigão (PRGA3) também fecharam em alta (3,17%, a R$ 34,10).

Já no setor de carnes, as ações da Marfrig (MRFG3) caíram 1,14%, cotadas a R$ 7,80, e as da Minerva (BEEF3) cederam 3%, para R$ 1,94, enquanto as da JBS (JBSS3) perderam 1,24%, a R$ 3,97. As informações partem da Agência Leia.

Petróleo volta ao patamar de US$ 50, seguindo mercado de ações

A cotação do barril do petróleo leve (Light Sweet Crude), negociado em Nova York, voltou ao patamar de US$ 50 nesta sexta-feira, após ficar abaixo deste valor pela primeira vez em três anos e meio. As oscilações da commodity acompanham o humor do mercado de ações, que registra tendência positiva no momento, alentado pelos rumores de venda do Citigroup, banco americano com problemas.

Ação da Nossa Caixa sobe mais de 80% com interesse do BB

O valor das ações da Nossa Caixa na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) já cresceu mais de 80% desde o início dos rumores sobre a venda para o Banco do Brasil – em maio até o fechamento da terça-feira, 18. Dados da Bovespa mostram que as ações, que custavam R$ 27,62 no dia do anúncio das negociações, fecharam a terça-feira cotadas a R$ 51,49, valorização de 83,27%. A tendência no momento em que o negócio for concretizado, porém, é de realização de lucros.

Quarta-feira: Bovespa inverte tendência e sobe após anúncio do Fed

A Bovespa abriu os negócios desta quarta-feira em queda, mas conseguiu inverter a tendência e agora sobe; enquanto isso, o dólar comercial também registra valorização. Às 12h55, o Ibovespa, índice que reúne os papéis mais negociados da Bolsa paulista, avançava 1,67%, aos 35.394 pontos. No mesmo horário, a moeda norte-americana subia 1,33% e era negociada a R$ 2,354 para a venda.

Nesta quarta, os investidores aguardam com preocupação importantes indicadores econômicos dos Estados Unidos, que serão divulgados hoje devido ao feriado de amanhã em comemoração ao Dia de Ação de Graças. Na quinta, não haverá pregão em Wall Street e na sexta os investidores trabalham apenas meio período.

Ontem, após uma abertura em queda, estimulada pelos investidores se desfazendo dos papéis para embolsar os lucros conseguidos no pregão de segunda-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo inverteu o sinal e passou a subir. Às 11h45, o Ibovespa – principal índice do mercado paulista – avançava 2,12%, aos 34.912 pontos.

Parece, então, que o feriado de Ação de Graças (que nós não temos por aqui) vai ser calmo no mercado de ações. Oremos!

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novembro 26, 2008 at 5:51 pm Deixe um comentário

Para especialistas, papéis exigem maior cautela

Reproduzo abaixo um artigo escrito por Luciano Feltrin e que foi publicado no jornal Gazeta Mercantil, há poucos dias. Dicas importantes para estes dias intranquilos: cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém.

Para especialistas, papéis exigem maior cautela

<É bom ter cautela e avaliar bem

São Paulo, 17 de Novembro de 2008 – O investidor que estiver disposto a manter parte de sua carteira posicionada em papéis de pouca liquidez tem de tomar alguns cuidados para não comprometer seu patrimônio em renda variável. Um deles é mapear companhias que mesclem bom potencial de crescimento e ações negociadas a baixo custo. Essa análise dos fundamentos terá de levar em consideração a estrutura de capital das empresas e a possibilidade real de conseguir vender suas ações em algum momento. “É preciso verificar no balanço se a empresa tem capacidade de geração de caixa compatível com o pagamento de suas dívidas e o casamento de prazos”, exemplifica o sócio da Humaitá Investimentos, Frederico Mesnik.

Para o especialista, o investidor deve usar algum dos cálculos básicos para verificar se o valor das ações das companhias em análise estão em conta. “Um é o retorno sobre o valor empregado, uma conta que deve levar em consideração quanto de um investimento a companhia conseguirá trazer para seu resultado”, afirma Mesnik.

Barato que sai caro

O fato de uma ação custar o equivalente a algumas poucas moedas sacadas da carteira não deve entusiasmar o investidor. A avaliação é do professor e educador financeiro do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil, Mauro Calil. “O valor em conta, por si só, já é um forte indicativo de que o mercado viu alguns motivos para precificar o papel nesse patamar”, diz. “Essas empresas são muito suscetíveis a movimentos especulativos. Alguns desses papéis não têm sequer histórico recente de negociação, o que dificulta a possibilidade de saída do investidor mais à frente. Afinal, ficará muito difícil casar uma ordem de venda com uma de compra pelo valor pretendido”, alerta Calil.

Caso o histórico de negociação do papel seja muito fraco, ainda assim poderá ser vantajoso aplicar na empresa. Isso ocorrerá se a companhia tiver uma política de distribuição de dividendos agressiva para seus acionistas. “Se fizer uma boa seleção, o investidor encontrará diversas empresas que pagam valores superiores àqueles conseguidos em papéis de renda fixa”, afirma o sócio e diretor de operações da Hera Investment, Nicholas Stephan.

Composição da carteira

O comprometimento da carteira de investimentos em ações de pouca liquidez não deve, entretanto, orientar-se apenas pelos parâmetros financeiros das companhias. “Como entre essas ações mais baratas as que costumam ter maior liquidez são as preferenciais, é necessário estar atento à composição societária e à estrutura de governança corporativa da companhia”, diz Stephan.

Para o diretor da Hera, um investidor com perfil mais arrojado pode destinar até 30% de seus investimentos em renda variável em papéis de baixa liquidez com bom preço e potencial de valorização. Já um investidor mais moderado deve aplicar, em média, apenas 10% nesse tipo de papel.

Embora não indique um percentual mínimo de papéis com baixa liquidez para composição de uma carteira acionária, Frederico Mesnik, da Humaitá, aposta na possibilidade de ter ações com bom potencial. “O importante é ter a certeza de que a empresa é boa e que, em algum momento o mercado reconhecerá isso. O difícil é saber em quanto tempo isso acontecerá”, diz.

Caso não tenha paciência para aguardar, a opção é aproveitar a baixa de ações de primeira linha. “A Vale caiu 72% em dólares desde maio, exemplifica o diretor da Intrader, Hydalgo Jr.

Luciano Feltrin – Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 1

novembro 20, 2008 at 11:15 pm Deixe um comentário

Enganos sobre investimentos na bolsa de valores

1. Não tenho dinheiro suficiente: esperar juntar uma quantia maior de dinheiro para iniciar seus investimentos vai atrasar os seus ganhos. Você pode começar a investir com qualquer valor.

2. Investir na bolsa é muito complicado: ainda que você não queira ser um especialista no assunto, as corretoras têm interesse em orientá-lo voc6e pode aprender a investir através de cursos e livros.

3. Para ganhar na bolsa é preciso sorte: se você não sabe o que está fazendo, aprenda. A bolsa têm riscos, mas se você souber onde está se metendo e tiver prudência, suas chances de lucrar mais que renda fixa são bem grandes.

4. Os preços das ações é imprevisível: não é verdade. Embora não haja um sistema com 100% de certeza sobre o movimento dos preços das ações, existem métodos que podem prever as altas e baixas dos papéis com precisão suficiente para tornar o investimento mais seguro.

novembro 20, 2008 at 10:53 pm Deixe um comentário

Carteiras de ações improváveis podem render bons lucros

Desespero dem uns, oportunidade para outros. Com a crise financeira que se instala no mundo, aumenta a lsita de ações negociadas, literalmente, por centavos. Muitos papéis são rebaixados por dificuldades operacionais ou por não atenderem às metas traçadas. É o caso, por exemplo, da incorporadora Tenda, criticada pela negociação com a Gafisa sem direito aos minoritários, e da Inpar, que negocia nos bastidores do mercado financeiro uma injeção de recursos para se manter na competição imobiliária. Ações sem tradição, como das empresas Tectoy e Millenium, são negociadas por R$ 0,09 (por lote de mil) e R$ 0,04, respectivamente.

Mas e quem compra esses papéis?

Durante a crise, investidores ganham com ações de risco

Durante a crise, investidores ganham com ações de risco

Ora, são os Indiana Jones do mercado acionário. Não são propriamente aventureiros, mas estes investidores que andam à caça de tesouros escondidos, certamente gostam de riscos.

Essas ações, supostamente de risco, podem não ser de primeira linha em termos de resultados ou liquidez, mas é comum se tornarem uma boa poupança, especialmente em momentos de crise. “Gosto das ações de R$ 1,99. São os papéis que me deram os maiores retornos da vida”, comenta professor universitário Henrique Demiya. E acrescenta: “O que ninguém quer, eu quero.”

O investidor estilo Indiana Jones, aproveita os momentos de baixa do mercado e os preços em conta, não sem antes ficar pendurado horas e mais horas estudando balanços e acompanhando os fatores que podem afetar positiva ou negativamente as empresas. Esse é o segredo para definir os momentos certos de entrada e saída. O professor Henrique, por exemplo, comprou papéis da Tectoy por R$ 0,04 e vendeu a R$ 0,07, uma valorização de 75%. Em cinco pregões, transformou um capital de R$ 28 mil em R$ 49 mil.

novembro 18, 2008 at 5:25 pm Deixe um comentário

Bolsas seguem abaladas com situação econômica

Quem pensava que tinha passado, se enganou. As Bolsas européias operavam em baixa nesta terça-feira em mais um efeito da preocupação dos investidores sobre a capacidade dos países de conter a crise, enquanto as praças asiáticas fecharam em forte queda.

Uma hora depois da abertura, a Bolsa de Londres perdia 1,56% e a de Frankfurt 1,57%. A situação era pior em Paris, com uma queda de 2,5%. Em Moscou, com a queda de 4,93% no índice RTS (em dólares) e de 4,92% no MICEX (em rublos), as negociações foram suspensas por uma hora. As perdas se somam às registradas na véspera. Na segunda-feira, Londres fechou em baixa de 2,38%, Frankfurt de 3,25% e Paris de 3,32%.

Os mercados continuam soferendo com os temores sobre a economia dos Estados Unidos, depois do anúncio da demissão de mais de 50.000 pessoas em todo o mundo pelo gigante bancário Citigroup e com a suspensão do plano de resgate aos bancos americanos.

A preocupação com a conjuntura econômica fez estragos maiores na Ásia. A Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 2,28%, um dia depois do governo japonês ter confirmado que a segunda maior economia mundial entrou em recessão, assim como a Eurozona, Alemanha, Itália, Irlanda e Hong Kong. A preocupação com o crescimento econômico da China e os resultados das empresas, somada às realizações de lucros, fizeram a Bolsa de Xangai desabar 6,31%.

novembro 18, 2008 at 4:56 pm Deixe um comentário

De olho na liquidez

Saiba como ver se uma ação tem boa liquidez no mercado

A maior preocupação do pequeno investidor é como distribuir seus recursos entre as diversas possibilidades de investimento, preservando seu capital, e a possibilidade de em uma emergência ter como sacar os recursos rapidamente.

Liquidez das ações

Liquidez das ações

A esta preocupação o mercado financeiro chama de “Liquidez”, e que não só o pequeno investidor, mas todo e qualquer um, procura ter. A intenção aqui é chamar a atenção para a liquidez nas aplicações em ações.

Quando se compra uma ação ou se pretende montar uma carteira de ações, o investidor precisa saber se o mercado está trabalhando dentro da média histórica de liquidez dos últimos 12 a 18 meses. Isto porque a baixa liquidez proporciona aos grandes investidores maior poder de manipulação do mercado.

Entenda-se manipulação como sendo parte das regras do “jogo”, e não algo ilícito. O prazo para a média histórica pode parecer longo, mas os últimos exemplos de crises e choques econômicos ao redor do mundo justificam.

Após verificar o mercado, a escolha do(s) papel(s) também deve passar pelo mesmo critério, isto é, saber se este é negociado todo o dia, em que quantidade, e em quantos negócios. O primeiro ponto é se em qualquer dia há a precificação da ação(s), assim o investidor sabe a cada acontecimento econômico-financeiro-político, como o mercado reagiu no preço daquela(s) ação(s).

O segundo ponto é quantas ações são negociadas por dia, para que o investidor saiba que a qualquer momento a quantidade por ele comprada pode ser vendida sem a distorção por pressão de venda.

E o terceiro ponto é quantos negócios são feitos por dia com aquela(s) ação(s). Esta última variável permite ao investidor saber se a formação do preço é dentro do mercado, ou por alguns poucos investidores, que se retirarão do mercado ao primeiro sinal de venda.

O nosso mercado de ações vem sofrendo uma concentração dos negócios, devido à saída de várias empresas do mercado e a transferência dos negócios para outros países aonde os custos de transação são menores e a incidência de impostos também. E isto é prejudicial ao pequeno investidor que se sente inseguro.

Logo para que se tenha um mercado forte deve-se dar importância ao pequeno acionista, que com apoio de informações e novas regras pode dar sustentação a uma recuperação do mercado nacional.

Mauro Giorgi é analista da Novação Corretora de Valores

novembro 15, 2008 at 11:41 am Deixe um comentário

O tempo certo das ações

Mesmo em meio às crises, pode-se obter ganhos expressivos na Bolsa

Ganhos da Bolsa de Valores

Quem não gostaria de ficar rico da noite para o dia, sem fazer muito esforço? Se fosse fácil, os operadores de Bolsa já estariam milionários. Para fazer fortuna com ações, é preciso acertar os momentos ideais de entrada e de saída da Bolsa. Ninguém tem a capacidade de adivinhar o market time, o tempo certo de comprar e vender ativos. De saber os pontos de mínima, para a compra de papéis, e os de máxima do mercado, para a venda.

Nos períodos de crise no mercado, esta percepção do tempo certo de investir é fundamental. É preciso saber o ponto máximo da queda para entrar no mercado acionário e detectar o maior nível do índice para obter-se bom lucro.

Prazo da aplicação

Fora as operações especulativas, o investimento em Bolsa deve ser para médio e longo prazos. Uma série de fatores precisa ser analisada para que se conquiste um resultado satisfatório. Os indícios macroeconômicos andam de mãos dadas com os fundamentos das empresas, que, se forem bem combinados, podem deixar o investidor com um largo sorriso no rosto. Mas o mercado não é um mar de rosas e há vários percalços no caminho em direção ao lucro. Por isso, a cautela e a estabilidade emocional durante as oscilações são fundamentais para quem pretende ganhar com ações.

Antes de montar uma posição em Bolsa, o investidor deve avaliar de quais empresas gostaria de ser sócio. Este é o principal conceito da compra de uma ação para o longo prazo, na opinião de Marcelo Voss, economista da RMC Corretora. “Deve-se escolher os papéis de maior liquidez. Se comprar uma ação sem negociação diária, o investidor pode vir a precisar dos recursos aplicados e não encontrar mercado para a venda (do ativo)”, observou.

Em seguida, as atenções devem ser voltadas para o volume negociado das ações, que, conforme Voss, indicam a tendência do papel. “Para o investidor que está fora do mercado, o ideal é analisar o volume via gráficos de oscilação diária das ações e identificar em que patamar de preço ela caiu (suporte). Enfim, estudar o comportamento do papel”, indicou.

O que observar no ciclo das ações
Concentração do giro de negócios antecede os momentos de alta e baixa

O economista da RMC Corretora, Marcelo Voss, explicou que quando a ação concentra grande giro de negócios significa que dará continuidade ao movimento de alta ou de baixa. “Se o papel estiver subindo com volume alto, ele tende a continuar subindo. Se observar uma queda no volume com estabilidade na cotação, seria a hora de vender a ação e realizar os lucros, (porque o ciclo de alta chegou ao fim)”, exemplificou. Dentro da teoria de Voss, um bom momento para a compra de ações é indicado quando um movimento de baixa começa a perder força e o papel ganha volume; nota-se que o aumento de compradores contiveram a queda.

– Se o investidor observar os sinais, poderá aproveitar boa parte dos movimentos positivos e evitar os negativos. Assim, consegue otimizar sua carteira de ações – resumiu Voss.

Acompanhar a evolução dos cenários interno e externo também é importante para avaliar o desempenho da Bolsa. A política e o câmbio brasileiros são os fatores principais, aliados ao comportamento das Bolsas americanas. Se a taxa de câmbio está em baixa ou estável é um indício de que o investidor está tranquilo e o mercado, otimista. Uma desvalorização do real significa preocupação.

– Um processo de baixa das Bolsas americanas tem reflexos ruins na economia brasileira, exigindo mais precaução na hora de decidir investir em ações. É preciso estudar o motivo da queda nos Estados Unidos antes de qualquer coisa. Uma alta no mercado americano tem menos impacto no Brasil do que uma baixa – destacou Voss.

Avaliação

Para que a análise seja completa, é necessário avaliar as expectativas para as empresas e para o setor em que atua. Há ainda o risco das operações no mercado acionário, que embutem os imprevistos internos e externos. “Por isso, o investimento em ações não pode ser de curto prazo. Acontecem fatos inesperados que tendem a ser minimizados no longo prazo”, acredita Voss.

novembro 15, 2008 at 11:33 am Deixe um comentário

Apesar de crise, investimento estrangeiro em setembro é 2º maior da história

Por EDUARDO CUCOLO – Folha Online

Os investimentos estrangeiros no setor produtivo do país atingiram em setembro o segundo maior resultado da série histórica do Banco Central, iniciada em 1947.

Segundo dados do BC, os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 6,258 bilhões no mês passado, atrás apenas do resultado registrado em junho do ano passado (US$ 10,3 bilhões).

Já os investimentos em carteira (no mercado financeiro) registram um saída de US$ 1,246 bilhão. Houve uma perda de US$ 1,877 bilhão no mercado de ações e uma entrada de US$ 632 milhões em renda fixa.

No ano, os investimentos produtivos somam US$ 30,8 bilhões e o capital estrangeiro no mercado está positivo em US$ 16,9 bilhões. Do investimento em ações, resta apenas US$ 1,17 bilhão no país. No ano passado, foram investidos US$ 26,2 bilhões em ações.

Em outubro, já entraram no país US$ 3 bilhões em investimentos produtivos e o BC prevê encerrar o mês com US$ 3,5 bilhões, acima da média de US$ 2 bilhões registrada nos últimos tempos.

“Esses ingressos que estão sendo registrados agora são decisões que podem ter sido tomadas lá atrás. No investimento direto, o olhar é sempre de longo prazo”, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

No mercado financeiro, o BC registrou saída de US$ 4,394 bilhões em ações do país até 23 de outubro. Na renda fixa saíam US$ 842 milhões.

Vulnerabilidade externa

Os dados de investimentos estrangeiros fazem parte do relatório do setor externo do BC, que mostra também uma saída de dinheiro por meio das transações correntes, que incluem as contas de serviços e rendas e a balança comercial.

As transações correntes do Brasil com o exterior, importante indicador que mede a vulnerabilidade externa do país, registrou déficit de US$ 2,769 bilhões em setembro, resultado pior que o registrado no mês de agosto (US$ 1,09 bilhão).

Com isso, o resultado negativo acumulado no ano já chega a US$ 23,264 bilhões –no mesmo período de 2007, o resultado era um superávit de US$ 3,6 bilhões, segundo dados do Banco Central.

O Brasil não registrava déficit nas suas transações correntes desde 2002. Mas o aumento das remessas de lucros para o exterior e a queda no saldo da balança comercial mudaram esse resultado.

Remessas de lucros

A conta de transações correntes é formada pelo superávit da balança comercial (US$ 19,7 bilhões no ano), pelas transferências unilaterais (US$ 2,84 bilhões) e pelos serviços e rendas (-US$ 45,7 bilhões).

A principal diferença em relação ao ano passado é o superávit menor da balança comercial, devido ao aumento das importações, e o aumento das remessas de lucros e dividendos das multinacionais, que somaram US$ 3,45 bilhões em setembro e US$ 28,2 bilhões no ano.

“A expectativa era de acomodação nessas remessas, mas houve um aumento no final do mês. Ela decorreu de necessidade de recursos devido ao acirramento da crise”, afirmou Altamir.

Ele afirmou que essas remessas devem cair, devido à redução na lucratividade das empresas estrangeiras no país, entre outros fatores. Nos 23 primeiros dias de outubro, saíram do país US$ 1,126 bilhão.

Dentro da contas de serviços e rendas destacam-se também os gastos dos brasileiros em viagens internacionais, que atingiram US$ 1,124 bilhão em setembro e US$ 8,9 bilhões no ano.

Fonte: Folha Online

novembro 12, 2008 at 7:22 pm Deixe um comentário

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