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Ibovespa sobe para 70.445 pontos; dólar cai para R$ 1,673
Ibovespa sobe para 70.445 pontos; dólar cai para R$ 1,673
8/10/2010 15:07:16 | Último Segundo
Valor Online Investidores estão de olho no cenário americano, na alta das commodities e na valorização dos papéis da Petrobras O mercado acionário brasileiro dá continuidade ao movimento positivo no pregão de fechamento desta semana, com os investidores de olho no cenário americano, na alta dos preços das commodities e na valorização dos papéis da Petrobras. Próximo das 14h45, o índice subia 0,75%, aos 70.445 pontos, com volume negociado de R$ 3,935 bilhões.No mesmo horário, em Wall Street, o índice Dow Jones ganhava 0,51%, aos 11.004,51 pontos, no maior patamar desde maio. Além disso, o Nasdaq subia 0,52%, enquanto o S&P 500 avançava 0,50%. Os dados do mercado de trabalho americano em setembro foram negativos, mas a percepção dos investidores é positiva, a medida que aumentou a expectativa…
Chove nos EUA e respinga no mundo inteiro
E não é que o macaquinho do post anterior tinha razão em continuar assustado? Os negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foram suspensos por 30 minutos nesta quarta-feira, depois que o principal índice da bolsa caiu 10 por cento, acionando automaticamente o circuit breaker.
O índice Ibovespa, aprofundou as perdas do dia na última hora de negócios, acompanhando a deterioração do mercado acionário americano. Às 16h59, na mínima do dia até então, o Ibovespa perdia 14,81%, aos 35.411 pontos. Em Nova York, o índice Dow Jones fechou em queda de 7,87%, a maior desde outubro de 1987, segundo informações preliminares. O Nasdaq perdeu 8,47% e o S&P-500 declinou 9,04%.
O pessimismo no mercado deve-se ao medo de que o mundo esteja à beira ou mesmo esteja já efectivamente em recessão. O crescente temor de uma recessão mundial voltou a afetar as Bolsas nesta quinta-feira, levando Tóquio a registrar o pior resultado em duas décadas e deixando a Europa em queda livre pelo segundo dia consecutivo, depois da quarta-feira de perdas históricas em Wall Street.
As quebras que foram registradas ontem surgem após a divulgação de alguns dados nos EUA que dão conta de um decréscimo de 1,2% nas vendas a do varejo em setembro. Os investidores estão reagindo às declarações do presidente da Federal Reserve, Ben Bernanke, que afirmou que mesmo com a estabilização dos mercados, a recuperação nos EUA não vai acontecer de forma imediata.
A economia americana vai se recuperar, porém lentamente. A afirmação foi feita nesta quarta-feira pelo presidente do Fed, o banco central americano. Ele garantiu que a economia do país sairá fortalecida da crise. Bernanke disse que os problemas na economia e nos mercados “são grandes e complexos”. Mas acrescentou que agora os Estados Unidos já dispõem das ferramentas necessárias para enfrentar as dificuldades.
Mercadinho nervoso, hein? O ilustre quis dar uma palavra de confiança na recuperação do mercado financeiro e deixou todo mundo nervoso. Literalmente.
Recuperação ou mais perdas? Rumo das bolsas está nas mãos do Congresso dos EUA
Nada menos que US$ 700 bilhões devem ser desembolsados pelo governo norte-americano para adquirir os ativos podres que vêm impactando os balanços contábeis das principais instituições financeiras. Ao menos, esta é a intenção de Henry Paulson, secretário do Tesouro dos EUA e grande arquiteto das dimensões do pacote.
Mas Paulson não está sozinho na expectativa de aprovação do pacote. “A despeito das dificuldades imprevistas, a crença é que o plano de socorro seja de fato aprovado, possivelmente com algumas modificações implementadas de última hora”, afirma Sidnei Nehme, da NGO Corretora de Câmbio. A perspectiva é compartilhada pela maior parte do mercado.
“Acredito sim que o Congresso norte-americano vá liberar o uso dos recursos”, afirma, em visão semelhante, Rossano Oltramari, sócio e analista da XP Investimentos. “E com o aval dos congressistas, o clima deve aos poucos se amenizar e as bolsas devem encontrar uma janela de recuperação”, arrisca.
“Cautela não faz mal a ninguém”
Todavia, um pouco de cautela não faz mal a ninguém. Tendo em vista a resistência que o pacote vem enfrentando, ironicamente, na bancada republicana, não se pode descartar a possibilidade de que o pacote não seja liberado. “Neste cenário, veremos uma escalada do stress nos mercados, com os negócios sendo abalados no mundo”, alerta Oltramari.
Por sua vez, Sidnei Nehme, da NGO Corretora de Câmbio, enxerga com olhos pessimistas o recente desempenho do mercado brasileiro. “Os movimentos parecem absolutamente descolados de qualquer fundamento sustentável. A queda atual é maior do que as repercussões no exterior”, observa.
De fato, a única certeza nos últimos tempos é de continuidade das incertezas, advindas das mais diversas esferas, inclusive da macroeconômica. Prova disso foi o crescimento anualizado do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no segundo trimestre do ano, que nesta sexta-feira, revelou-se bem menor que o esperado.
Nesse sentido, entre os indicadores previstos para os próximos pregões, Oltramari destaca os relativos ao nível de atividade econômica, como o ISM Index, e o Relatório de Emprego. Mas ressalva: “embora possa impactar de certa forma os mercados, a agenda econômica tem ficado para segundo plano frente à magnitude do desenrolar da crise”.
O câmbio
Por fim, o investidor deve manter-se de olho também nas flutuações do mercado de câmbio, principalmente após os prejuízos revelados pela Sadia e pela Aracruz nesta sexta-feira. “Acredito que tenham sido casos isolados. Mas não custa nada ficar atento aos comunicados corporativos”, afirma Oltramari.
“A forte deformação na taxa cambial é altamente prejudicial aos negócios reais da economia e causa enormes prejuízos às empresas importantes que buscam a utilização de mecanismos legítimos nos segmentos do mercado de câmbio futuro”, explica Nehme, que acredita que as recentes oscilações na trajetória do dólar tenham forte cunho especulativo no mercado futuro.
Traçar projeções focadas ao curto prazo no atual momento de extrema turbulência é tarefa difícil, para não dizer impossível. “Talvez uma cartomante dê palpites mais precisos”, ironiza Oltramari. A prerrogativa é ainda mais válida no mercado de câmbio, reconhecidamente um dos mais instáveis.
Todavia, Oltramari acredita que o real deva, no médio e longo prazo, retomar sua trajetória de fortalecimento em relação à moeda norte-americana. “Os recentes movimentos são especulativos e devem se comportar apenas como uma correção”, afirma.