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Bolsas seguem abaladas com situação econômica
Quem pensava que tinha passado, se enganou. As Bolsas européias operavam em baixa nesta terça-feira em mais um efeito da preocupação dos investidores sobre a capacidade dos países de conter a crise, enquanto as praças asiáticas fecharam em forte queda.
Uma hora depois da abertura, a Bolsa de Londres perdia 1,56% e a de Frankfurt 1,57%. A situação era pior em Paris, com uma queda de 2,5%. Em Moscou, com a queda de 4,93% no índice RTS (em dólares) e de 4,92% no MICEX (em rublos), as negociações foram suspensas por uma hora. As perdas se somam às registradas na véspera. Na segunda-feira, Londres fechou em baixa de 2,38%, Frankfurt de 3,25% e Paris de 3,32%.
Os mercados continuam soferendo com os temores sobre a economia dos Estados Unidos, depois do anúncio da demissão de mais de 50.000 pessoas em todo o mundo pelo gigante bancário Citigroup e com a suspensão do plano de resgate aos bancos americanos.
A preocupação com a conjuntura econômica fez estragos maiores na Ásia. A Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 2,28%, um dia depois do governo japonês ter confirmado que a segunda maior economia mundial entrou em recessão, assim como a Eurozona, Alemanha, Itália, Irlanda e Hong Kong. A preocupação com o crescimento econômico da China e os resultados das empresas, somada às realizações de lucros, fizeram a Bolsa de Xangai desabar 6,31%.
Por que o investidor se incomoda tanto com a volatilidade?
A quarta-feira (5) conduziu os investidores de volta à realidade de um mundo em crise: forte queda das bolsas e muita volatilidade. A exemplo de outubro, quando o índice Vix – referência de volatilidade no mercado norte-americano – bateu recordes históricos, o terceiro pregão de novembro foi marcado por retornos bastante distantes da média.
Em princípio, uma distribuição com caudas gordas, ou seja, de uma quantidade razoável de observações longe da média, não deveria causar maior espanto no investidor. Afinal, ganhar R$ 5,00 e depois R$ 15,00 é, em termos de retorno, equivalente a receber R$ 10,00 por duas vezes.
Portanto, assumindo neutralidade ao risco, não há por que se preocupar com um mercado mais volátil. Manter-se indiferente a essa variável, porém, é algo questionável e, por isso, é recorrente esperarmos algum grau de aversão ao risco.
O que é isso?
Formalmente, aversão ao risco implica uma função utilidade individual côncava. Isso quer dizer que a satisfação pessoal do investidor aumenta conforme ampliam-se seus retornos, mas as taxas do incremento são decrescentes.
Imagine-se morto de sede no meio do deserto. O primeiro copo de água lhe proporciona muita satisfação. O segundo também o deixa mais feliz, mas o ganho marginal é menor. O copo seguinte oferece uma adição ainda menor ao seu bem-estar.
Levando o argumento ao universo das finanças, ficaríamos muito felizes se partíssemos de R$ 100 mil para R$ 1 milhão e ainda mais contentes se chegássemos a R$ 1,9 milhão. No entanto, o ganho, em termos de satisfação pessoal, seria maior no primeiro processo do que no segundo.
Relação com a volatilidade
Trazendo a lógica para o contexto da volatilidade, diante de dois portfólios – um cujo retorno é sempre R$ 10,00 e outro que rende, na média, R$ 10,00 e apresenta uma distribuição simétrica em torno desse valor – o investidor avesso ao risco escolhe o primeiro.
Qual a racionalidade da escolha? No segundo caso, quando o investidor ganha R$ 11,00, ele fica mais feliz do que quando recebe R$ 10,00. Entretanto, quando lucra R$ 9,00 fica ainda mais triste – justamente pelo argumento de que a satisfação cresce conforme os retornos, mas a taxas decrescentes. Ou seja, a tristeza causada pela perda de R$ 1,00 (R$ 10,00 – R$ 9,00) é maior do que o benefício proporcionado pelo ganho de R$ 1,00 quando nos movemos de R$ 10,00 para R$ 11,00.
Se sua felicidade aumenta menos quando toma o décimo oitavo copo de água, opte sempre pelas carteiras menos voláteis.
Chove nos EUA e respinga no mundo inteiro
E não é que o macaquinho do post anterior tinha razão em continuar assustado? Os negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foram suspensos por 30 minutos nesta quarta-feira, depois que o principal índice da bolsa caiu 10 por cento, acionando automaticamente o circuit breaker.
O índice Ibovespa, aprofundou as perdas do dia na última hora de negócios, acompanhando a deterioração do mercado acionário americano. Às 16h59, na mínima do dia até então, o Ibovespa perdia 14,81%, aos 35.411 pontos. Em Nova York, o índice Dow Jones fechou em queda de 7,87%, a maior desde outubro de 1987, segundo informações preliminares. O Nasdaq perdeu 8,47% e o S&P-500 declinou 9,04%.
O pessimismo no mercado deve-se ao medo de que o mundo esteja à beira ou mesmo esteja já efectivamente em recessão. O crescente temor de uma recessão mundial voltou a afetar as Bolsas nesta quinta-feira, levando Tóquio a registrar o pior resultado em duas décadas e deixando a Europa em queda livre pelo segundo dia consecutivo, depois da quarta-feira de perdas históricas em Wall Street.
As quebras que foram registradas ontem surgem após a divulgação de alguns dados nos EUA que dão conta de um decréscimo de 1,2% nas vendas a do varejo em setembro. Os investidores estão reagindo às declarações do presidente da Federal Reserve, Ben Bernanke, que afirmou que mesmo com a estabilização dos mercados, a recuperação nos EUA não vai acontecer de forma imediata.
A economia americana vai se recuperar, porém lentamente. A afirmação foi feita nesta quarta-feira pelo presidente do Fed, o banco central americano. Ele garantiu que a economia do país sairá fortalecida da crise. Bernanke disse que os problemas na economia e nos mercados “são grandes e complexos”. Mas acrescentou que agora os Estados Unidos já dispõem das ferramentas necessárias para enfrentar as dificuldades.
Mercadinho nervoso, hein? O ilustre quis dar uma palavra de confiança na recuperação do mercado financeiro e deixou todo mundo nervoso. Literalmente.